O ciclo

Podemos analisar o egoncentrismo de um indivíduo no momento em que se completa um ciclo, determinado por um dia e mês específico para cada cidadão que esta Terra habita (a não ser os Testemunhas de Jeová), pois este momento é aquele marco infeliz onde ninguém se importa, a não ser você mesmo.


Podemos imaginar neste momento Henrique, dormindo em sua cama, coberto com seu edredon dos Ursinhos Carinhosos, planejando todos os passos do dia seguinte, imaginando se finalmente naquele ano sua mãe contrataria Patati & Patatá para animar a festa, e qual de seus coleguinhas lhe trariam uma bola quadrada.


O dia passa e o momento do evento comemorativo se aproxima. Como toda convenção social, o ritual básico se repete. O aniversariante deve estar presente para receber os convidados - até mesmo os que ele não gosta - e fingir modéstia ao ganhar um presente, seguido da frase “Ah, que isso, não precisava se preocupar...”


Mas nada da bola quadrada...


Após a recepção, ninguém mais lembra de você. Está preocupada com os comes e bebes até o momento crucial. o “parabéns”.


Aqueles ínfimos segundos onde você tem a sensação de que as pessoas lembram que você existe - mesmo que todo mundo cante parabéns olhando para o teto, para os docinhos em cima da mesa, ou para o bolo, tendo a certeza de pedir aquela parte que não foi cuspida ao assoprar a bendita vela.


Neste âmbito enrolético, aproveito o ensejo para praticar um momento que a convenção social determina, para que não haja retaliações comunitárias num futuro próximo (ou não).


Desta forma, demonstro meu apreço a este ser com minhas congratulações por mais este ciclo determinado se sua vida que se completa.


Na verdade, acho que eu deveria só escrever “Parabéns!” no Facebook e pronto...

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